Após a euforia em torno das promessas da modernidade acerca da completa pacificação entre os humanos, os fenômenos ligados à violência e ao crime vieram para ficar, de tal modo que noções conceituais tão caras às Ciências Sociais, como o monopólio da violência pelo Estado moderno e a noção de processo civilizador, sofreram deslocamentos em suas potências interpretativas para se pensar o mundo. No contexto da modernidade, especialmente aquela constituída nas sociedades periféricas, como a brasileira, onde se verifica a tensão entre a ordem, a lei e o regime democrático, experiências ligadas à criminalidade, à conflitividade e às práticas violentas demandam cada vez a atenção e a compreensão de cientistas sociais. É a partir desse campo – o estudo das violências e de sua interface com o sistema de justiça criminal e com os processos democráticos – é que o Congresso de Ciências Sociais do Amapá, em sua quinta edição, estrutura-se. Pretende aglutinar, dessa maneira, reflexões e pesquisas sobre as violências e cidadania, em suas mais diversas abordagens. Recortes temáticos, resultados de estudos no campo das Humanidades, voltados à discussão de processos sociais violentos entre etnias, gerações, classes, frações de classe e gêneros são muito bem-vindos. Os debates que busquem relacionar esses recortes com a questão dos Direitos Humanos também são oportunos.

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